domingo, 8 de agosto de 2010

Universo

Nunca ousei pisar no seu território,
e mesmo assim feriu-me.

Sempre busquei a verdade
e agora aqui está ela,
em meus pés.

Intelectuaisl, aborrecedoras,
cheia das verdades e filosofias
são suas histórias.

Histórias são pra quem fofoca
são pra quem pratica o vazio.
E mesmo no vazio que me deixou,
aprendi. Sobrevivi.

Vou chorar mais um dia,
pra não morrer para todo o sempre.
E tavez essa doença de gostar
se torne meu ódio para massacrar.

Não vou me reprimir,
não serei o eu-não.
Que venham os que queiram me enfrentar,
aqui estou de peito aberto
e mãos fechadas.

Em viagem pra cá,
tudo não vai ser melhor,
mas vai ter clareza
diante da brutalidade sua.

Sou sentimento puro,
e você não vai ter a grandeza
de espírito de que lhe falei.
Não vai entender um olhar, um sorriso.

Descobri em mim verdade.
Meus defeitos principalmente,
mas são reais.
Posso dizer sim,
mas olhar com olhar dirá não.

Leia em minhas lágrimas fraqueza,
que te direi mais tarde,
pobre de você.
Aqui guarda-se um universo.

E muito ao contrário do que ouvi,
a vida não gira em torno de mim,
adapto-me para conviver.

Em mim explosões distintas,
por fora, a fumaça já dissipou.
Tudo vai ser nada em pouco tempo.
Já sou eu há muito tempo,
agora é feita grandeza de uma mulher.


Angela K. Toth

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Subjetiva alma

Com o peso dos pés
caminho entre os gigantes;
ouço o tilintar de prédios,
as ondas da nuvem negra que se aproxima.
Aos poucos,
quadrípedes-bípedes,
cabeças baixas e dentes cerrados.
Estrondoso barulho urbano...
Ninguém viu que ali... sim,
bem ali,
algo morreu;
encontrou paz
e parou para ver do alto.
Como era prodigioso!
Seu coração brilhou
e naquele instante
saiu em busca do perdido...
Quando se voltou
já estava ali, de novo.
Lata de rodas,
circulando entre gigantes,
ainda mais gigantes.
Vida moderna.
Disposta e exposta
à vida mediana.


Angela K. Toth

Dia D


Por trás do beijo,
reluz.
Por trás do cano preto,
a explosão,
luz.


Angela K. Toth

domingo, 18 de outubro de 2009

No muro

Siga a sigla.
Vestígios para a eternidade.
São formas, línguas, ética imoral.
As texturas sonoras
- um suspiro eterno -
na parte do mundo
em que o mundo se esconde.
Flor desabrocha,
suga a vida interior e,
ao muro, ouvem-se
canções de um qualquer
perdido por aí.
Consumado por sua voz,
cego por conclusões,
agita-se algo.
Acompanhado, aprendo, porém, a
ser só.
Amargo é o doce da vida.
Vestígios e ruínas: restos da vida.
O racionalismo, o consumo,
o tempo contado,
faz ver o relativo, não o todo.
E o tempo todo conto,
com quanto tempo tenho
para contar o tempo que me resta.
E em mim células, órgãos e mistérios.
Infinito insano a ser descoberto,
enquanto ando só,
contando tempo,
marcando hora, perdendo
meu tempo.
Semiótica, loucuras pisicológicas,
que estuda-se para jogar.
O jogo da vida insana
- suspiro -.
São murmúrios de um qualquer,
por aí.
No muro,
aí.

Angela K. Toth

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Por um instante

Sou eu,
você
e todos nós
condenados ao fracasso perpétuo
e sonhos sonhados
e não vividos...
Agora volta-se
ao mundo
.

Angela K. Toth

sábado, 8 de agosto de 2009

Sub

Carrego peso.
Escoro entre paredes,
e ainda carrego muito peso.
Busco, procuro,
cutuco,
falo,
esperneio,
grito,
mas ainda sinto peso.
Meu pequeno controlador
anda desajustado,
ando com pressa,
ando desajeitado,
olhando pra baixo sempre,
ando procurando uma prece.
Nem todo "trabalho"
pode me ajudar...
ando por aí,
ando torto, desatento,
desajustado com
tempo espaço,
ando, ando
ando em círculos,
em volta da vida que se
volta pra si mesma.
Passo a passo.

Ando.

Olhando para o céu,
agora distanciadamente,
e raramente.
Quero ter meus pés pelos campos.
Quero me sentir vivo,
longe do meu compasso,
passos,
passo,
olhando,
para baixo.

Angela K. Toth.

Niilismo

Agora já não são mais
flores,
amores e dores.
São poucos mínimos
instantes de mim.
O que ainda resta
de flor,
amor,
ódio,
infância
de outrora.
Se desvirtua,
aventura
e desaventura
por veias,
batidas,
bomba natural
do bicho-homem.
Amor banal,
carnal,
fraterno
desigual.
São ilusões,
pequenas discrições
vazio de mim,
em mundo mosaicado
perdido por aí.
Pensamentos agora passivos
e coração mais que ativo.
São milhões em milhares.
Confuso,
disperço,
peço:
interpelação.
Clamo: "Por onde andarás,
alma perdida minha?"

Angela K. Toth