sábado, 8 de agosto de 2009

Sub

Carrego peso.
Escoro entre paredes,
e ainda carrego muito peso.
Busco, procuro,
cutuco,
falo,
esperneio,
grito,
mas ainda sinto peso.
Meu pequeno controlador
anda desajustado,
ando com pressa,
ando desajeitado,
olhando pra baixo sempre,
ando procurando uma prece.
Nem todo "trabalho"
pode me ajudar...
ando por aí,
ando torto, desatento,
desajustado com
tempo espaço,
ando, ando
ando em círculos,
em volta da vida que se
volta pra si mesma.
Passo a passo.

Ando.

Olhando para o céu,
agora distanciadamente,
e raramente.
Quero ter meus pés pelos campos.
Quero me sentir vivo,
longe do meu compasso,
passos,
passo,
olhando,
para baixo.

Angela K. Toth.

Niilismo

Agora já não são mais
flores,
amores e dores.
São poucos mínimos
instantes de mim.
O que ainda resta
de flor,
amor,
ódio,
infância
de outrora.
Se desvirtua,
aventura
e desaventura
por veias,
batidas,
bomba natural
do bicho-homem.
Amor banal,
carnal,
fraterno
desigual.
São ilusões,
pequenas discrições
vazio de mim,
em mundo mosaicado
perdido por aí.
Pensamentos agora passivos
e coração mais que ativo.
São milhões em milhares.
Confuso,
disperço,
peço:
interpelação.
Clamo: "Por onde andarás,
alma perdida minha?"

Angela K. Toth

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Às 17h, sofá, chá e esperando.

Esperou por alguns segundos,
coração acelera,
sem fevor,
mas arde,
prestes a explodir
no momento em que
pela boca sair.
Mais frações de segundos
de tempo/ espaço
e os dedos, trêmulos,
buscam afobadamente
algo: arma,
corpo,
calor
a se desgastar.
Nó na garganta,
olhos arregalados,
e a saliva difícil
de ser engolida.
Testa a suar....
Vinte e dois anos
e o tempo não passa.
A angústia por dias
melhores, em vão.
Alma estraçalha,
é humilhada,
aprisionada
em próprio devaneio.
Veias expostas
denunciam
caos privados
em dores públicas.
O que faz agora?
C.L. :
"Agora são tempos
de morango."

Angela K. Toth